Dilma
enfrenta protestos durante entrega de moradias do 'Minha Casa, Minha Vida'
Jovens
elevaram cartazes durante discurso da presidenta e garantem ter sido agredidos
por seguranças da Presidência da República
POR CHRISTINA
NASCIMENTO
No
Rio houve um protesto de mais ou menos 30 jovens que causou coação, na manhã
desta sexta-feira, durante a entrega de 460 unidades do Programa “Minha Casa,
Minha Vida” nos condomínios residenciais Bairro Carioca 1 e 3, construídos em
Triagem, na Zona Norte. Durante o discurso de Dilma, os universitários
levantaram cartazes de protesto e irritaram os seguranças da Presidência da
República. Também estavam no palanque o governador Sérgio Cabral e o
prefeito Eduardo Paes. Grupo de estudantes fez um barulho incomodando os
seguranças da presidenta
Houve
muito tumulto e os manifestantes afirmam ter sido atacado pelos seguranças. O
grupo pedia a implantação imediata da reserva de 10% do PIB para a educação do
país. Eles foram contidos e reclamaram truculência. "Levei um soco, a
gente só queria protestar, não precisava disto", afirmou o universitário
Márcio dos Santos, de 22 anos.
A
estudante de nutrição da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
(UniRio) Gabriele de Almeida assutou e teve o celular quebrado na confusão. A
situação ficou ainda mais tensa quando os moradores beneficiados pelo
programa presidencial começaram a discutir com os manifestantes.
O
candidato a vice-prefeito na chapa de Eduardo Paes, vereador Adilson Pires
(PT), afirmou que o protesto não tem ligação com a disputa partidária. "A
campanha vai ser marcada por isto, vão existir pessoas fazendo protestos, mas
acredito que é uma maniestação livre e não tem ligação com partido",
afirmou.
Protestos
na Zona Sul
Cerca
de 70 servidores federais em greve realizaram uma manifestação nesta
sexta-feira durante a inauguração de uma unidade da Coordenação de Emergência
Regional no Leblon, na Zona Sul. Profissionais da Saúde e Educação cataram
músicas e exigiram conversar com a presidenta. Eles reivindicam reajuste
salarial e melhoria nas condições de trabalho.
Homens
do 23º BPM (Leblon) e seguranças da própria Dilma controlaram os manifestantes.
Perguntada se atenderia o grupo, Dilma apenas disse: "Vivemos numa
democracia, fazer o quê?".
O
elevador que levaria a presidente e autoridades apresentou problemas e o grupo
precisou conhecer a nova unidade a pé. De acordo com a Secretaria municipal de
Saúde, o excesso de pessoas no elevador causou a pane.
Condomínios
atenderão quase 2 mil pessoas
Os
dois condomínios entregues pela Caixa Econômica Federal atenderão a 1.840
pessoas que moravam em áreas de risco e foram cadastradas pela Prefeitura. As
famílias beneficiadas têm
renda de até R$ 1,6 mil. O valor de cada unidade habitacional é R$ 51.552,75 e
o programa envolveu recursos de R$ 23,8 milhões.
O
projeto Bairro Carioca prevê a construção de 11 condomínios, com 112 blocos de
apartamentos, somando 2.240 unidades residenciais, das quais 76 têm adaptações
para pessoas com deficiência. O empreendimento ocupará área onde funcionavam
instalações da distribuidora de energia Light.
Está
previsto ainda para esta sexta a participação da presidenta na inauguração da
Coordenação de Emergência do Hospital Miguel Couto, na Gávea. Acompanha ainda
Dilma na viagem os
ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e das Cidades, Aguinaldo Ribeiro.
Plano
Nacional de Educação
Após
18 meses de tramitação, a Câmara aprovou o Plano Nacional de Educação (PNE) no
último dia 26. A proposta, aprovada por unanimidade, inclui uma meta de
investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação, no entanto,
este objetivo tem o prazo de 10 anos para ser alcançado. Esse era o ponto mais polêmico
do projeto, após longas negociações o
relator apresentou um índice de 8% do PIB, acordado com o governo. Mas
parlamentares atrelados à educação e movimentos sociais pressionavam pelo
patamar de 10%.
O
relator da matéria, Ângelo Vanhoni (PT-PR), acatou um destaque do deputado
Paulo Rubem Santiago (PDT-PE) que aumentava o patamar de 8% do PIB proposto
pelo governo para 10%. Conforme o texto aprovado, a determinação é que se ampliem
os recursos para educação dos atuais 5,1% do PIB para 7%, no prazo de cinco
anos, até atingir os 10% ao fim de vigência do plano. A proposta agora segue
para o Senado.
O
PNE estabelece 20 metas educacionais que o país deverá atingir no prazo de dez
anos. Além do aumento no investimento em educação pública, o plano prevê a
ampliação das vagas em creches, a equiparação da remuneração dos professores
com a de outros profissionais com formação superior, a erradicação do
analfabetismo e a oferta do ensino em tempo integral em pelo menos 50% das
escolas públicas. Todos esses objetivos deverão ser alcançados no prazo de dez
anos a partir da sanção presidencial.
A
conclusão da votação do PNE, adiada diversas vezes, se deu em parte pela
pressão dos estudantes que lotaram o plenário da comissão. Uma caravana da
União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes
Secundaristas (Ubes), com cerca de 200 alunos dos ensinos médio e superior,
permaneceram na comissão durante toda a reunião pedindo a aprovação do projeto.
“Nós
soubemos que havia uma tentativa de adiar essa votação das eleições, então nos
entendemos que era fundamental ocupar o plenário para constranger e impedir que
isso fosse feito”, explicou o presidente da UNE, Daniel Iliescu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário