sexta-feira, 6 de julho de 2012

Minha casa minha vida


Dilma enfrenta protestos durante entrega de moradias do 'Minha Casa, Minha Vida'
Jovens elevaram cartazes durante discurso da presidenta e garantem ter sido agredidos por seguranças da Presidência da República
POR CHRISTINA NASCIMENTO
No Rio houve um protesto de mais ou menos 30 jovens que causou coação, na manhã desta sexta-feira, durante a entrega de 460 unidades do Programa “Minha Casa, Minha Vida” nos condomínios residenciais Bairro Carioca 1 e 3, construídos em Triagem, na Zona Norte. Durante o discurso de Dilma, os universitários levantaram cartazes de protesto e irritaram os seguranças da Presidência da República. Também estavam no palanque o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes. Grupo de estudantes fez um barulho incomodando os seguranças da presidenta
Houve muito tumulto e os manifestantes afirmam ter sido atacado pelos seguranças. O grupo pedia a implantação imediata da reserva de 10% do PIB para a educação do país. Eles foram contidos e reclamaram truculência. "Levei um soco, a gente só queria protestar, não precisava disto", afirmou o universitário Márcio dos Santos, de 22 anos.
A estudante de nutrição da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) Gabriele de Almeida assutou e teve o celular quebrado na confusão. A situação ficou ainda mais tensa quando os moradores beneficiados pelo programa presidencial começaram a discutir com os manifestantes.
O candidato a vice-prefeito na chapa de Eduardo Paes, vereador Adilson Pires (PT), afirmou que o protesto não tem ligação com a disputa partidária. "A campanha vai ser marcada por isto, vão existir pessoas fazendo protestos, mas acredito que é uma maniestação livre e não tem ligação com partido", afirmou.
Protestos na Zona Sul
Cerca de 70 servidores federais em greve realizaram uma manifestação nesta sexta-feira durante a inauguração de uma unidade da Coordenação de Emergência Regional no Leblon, na Zona Sul. Profissionais da Saúde e Educação cataram músicas e exigiram conversar com a presidenta. Eles reivindicam reajuste salarial e melhoria nas condições de trabalho.
Homens do 23º BPM (Leblon) e seguranças da própria Dilma controlaram os manifestantes. Perguntada se atenderia o grupo, Dilma apenas disse: "Vivemos numa democracia, fazer o quê?".
O elevador que levaria a presidente e autoridades apresentou problemas e o grupo precisou conhecer a nova unidade a pé. De acordo com a Secretaria municipal de Saúde, o excesso de pessoas no elevador causou a pane.
Condomínios atenderão quase 2 mil pessoas
Os dois condomínios entregues pela Caixa Econômica Federal atenderão a 1.840 pessoas que moravam em áreas de risco e foram cadastradas pela Prefeitura. As famílias beneficiadas têm renda de até R$ 1,6 mil. O valor de cada unidade habitacional é R$ 51.552,75 e o programa envolveu recursos de R$ 23,8 milhões.
O projeto Bairro Carioca prevê a construção de 11 condomínios, com 112 blocos de apartamentos, somando 2.240 unidades residenciais, das quais 76 têm adaptações para pessoas com deficiência. O empreendimento ocupará área onde funcionavam instalações da distribuidora de energia Light.
Está previsto ainda para esta sexta a participação da presidenta na inauguração da Coordenação de Emergência do Hospital Miguel Couto, na Gávea. Acompanha ainda Dilma na viagem os ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e das Cidades, Aguinaldo Ribeiro.
Plano Nacional de Educação
Após 18 meses de tramitação, a Câmara aprovou o Plano Nacional de Educação (PNE) no último dia 26. A proposta, aprovada por unanimidade, inclui uma meta de investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação, no entanto, este objetivo tem o prazo de 10 anos para ser alcançado. Esse era o ponto mais polêmico do projeto, após longas negociações o relator apresentou um índice de 8% do PIB, acordado com o governo. Mas parlamentares atrelados à educação e movimentos sociais pressionavam pelo patamar de 10%.
O relator da matéria, Ângelo Vanhoni (PT-PR), acatou um destaque do deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE) que aumentava o patamar de 8% do PIB proposto pelo governo para 10%. Conforme o texto aprovado, a determinação é que se ampliem os recursos para educação dos atuais 5,1% do PIB para 7%, no prazo de cinco anos, até atingir os 10% ao fim de vigência do plano. A proposta agora segue para o Senado.
O PNE estabelece 20 metas educacionais que o país deverá atingir no prazo de dez anos. Além do aumento no investimento em educação pública, o plano prevê a ampliação das vagas em creches, a equiparação da remuneração dos professores com a de outros profissionais com formação superior, a erradicação do analfabetismo e a oferta do ensino em tempo integral em pelo menos 50% das escolas públicas. Todos esses objetivos deverão ser alcançados no prazo de dez anos a partir da sanção presidencial.
A conclusão da votação do PNE, adiada diversas vezes, se deu em parte pela pressão dos estudantes que lotaram o plenário da comissão. Uma caravana da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), com cerca de 200 alunos dos ensinos médio e superior, permaneceram na comissão durante toda a reunião pedindo a aprovação do projeto.
“Nós soubemos que havia uma tentativa de adiar essa votação das eleições, então nos entendemos que era fundamental ocupar o plenário para constranger e impedir que isso fosse feito”, explicou o presidente da UNE, Daniel Iliescu.


Nenhum comentário:

Postar um comentário